Riscos de Pássaros para a Aviação Civil 2022-02-02

A presença de pássaros nas imediações dos aeroportos constitui um sério problema de segurança aeronáutica, conquanto as implicações podem ser enormes para os operadores aéreos, aeroportuários, e não só. Anualmente, são reportados casos da presença de bandos de pássaros nos perímetros aeroportuários, situação que tem tendência a aumentar, dado a cada vez maior proximidade de habitações aos aeroportos.

A presença de pássaros pode originar o go around, ou aproximações falhadas, e em casos mais críticos o chamado bird strike ou impacto com aves. Trata-se de uma preocupação de todos aqueles que estejam ligados à aviação civil.

A ingestão de pássaros pelas turbinas dos aviões, ou o impacto violento com as hélices e com outras superfícies das aeronaves, provoca estragos enormes, com custos para as companhias aéreas. Ademais em certos casos, sobretudo em motores à jato, pode levar à parada súbita dos mesmos, traduzindo em última instância, na perda imediata de altitude, e em casos mais severos em acidentes aéreos.

Em Cabo Verde, ocorrências notificadas pelas operadoras de transporte aéreo, desde 2019 até ao primeiro semestre de 2021, apontavam para o registo de 34 eventos envolvendo pássaros nos aeroportos e aeródromos do país, com particular incidência no Aeroporto Internacional Nelson Mandela, na Cidade da Praia. Desse total, 11 casos foram efetivamente de bird strike.

A diminuição do impacto de pássaros com as aeronaves, envolve uma participação alargada de atores, desde os habitantes da vizinhança dos aeroportos, passando pela comunidade aeronáutica, e pelos decisores públicos. Aqui, o papel do Ministério do Ambiente, das autarquias locais, das universidades e centros de pesquisa é igualmente determinante. O fim último é impedir acidentes que possam fazer vítimas, inclusive ceifar vidas humanas.

Os cidadãos em geral, e sobretudo aqueles que moram nas imediações dos aeroportos e aeródromos, podem contribuir para uma maior segurança da aviação civil se desenvolverem pequenas ações no seu dia-à-dia como:

  • Evitar criar animais em casa e terrenos próximos aos aeroportos e aeródromos;
  • Não fazer o pastoreio nas imediações e zonas de servidão aeroportuárias;
  • Não deixar nem despejar lixo ao ar livre evitando assim a proliferação de insetos e pássaros.

São medidas que a somarem às tomadas por outros atores, e às das autoridades municipais e nacionais, ajudarão, seguramente, a minimizar os riscos associados a possíveis incidentes, e em casos mais graves a acidentes, provocados pela presença de aves nos aeroportos e imediações.

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